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Imagem: https://www.premiopipa.com/pag/luisa-nobrega/

 


LUIZA NÓBREGA

( Brasil – São Paulo )

 

São Paulo, SP, 1984.

 

Poeta, escritora e artista plástica. Professora de Literatura e Artes Visuais. Doutora em Letras Vernáculas. Mestre em Literatura Brasileira. Graduada em Direito. Professora adjunta no Departamento de Artes da UFRN. Foi discípula de Ivan Serpa no Centro de Pesquisa de Arte. Participou nos grupos de estudos de Psicologia da Dra Nise da Silveira. Na área de Artes, realizou diversas exposições no Brasil e exterior. Na área de Letras, desenvolve atividades de ensino, pesquisa e produção textual (poesia/ensaio/ficção), publicando ensaios em periódicos acadêmicos nacionais e internacionais. Dedicou-se aos estudos interdisciplinares e especializou-se na análise dos discursos poéticos. Pesquisadora do Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra e do Instituto de Estudos Portugueses da Universidade Nova de Lisboa. Publicou: O Canto Molhado: metamorfose d' Os Lusíadas; Quero Ser o que Passa: a poesia de Lêdo Ivo; No Reino da Água o Rei do Vinho: submersão dionisíaca e transfiguração trágico-lírica d' Os Lusíadas.

 

Informações coletadas do Lattes em 26/05/2022

 

Indicada ao Prêmio PIPA 2016 e 2017.

Luísa Nóbrega é artista e seu trabalho se desenrola na zona fronteiriça entre diferentes linguagens artísticas. Borrando a ronteira entre performance, vídeo, som e literatura, investiga as zonas de atrito entre corpo e linguagem, biologia e cultura, voz e identidade. Tem certa obsessão por situações que provocam aporias linguísticas, como o ventriloquismo, a parapsicologia e a possessão.

(...)  Fragmento de texto extraído de https://www.premiopipa.com/pag/luisa-nobrega/

 

BANDO – Número Dois.  Coordenação Sérgio Bessa – Luiza Nóbrega.  Capa Sérgio Bessa.  Brasília: Thesaurus Editora e Sistemas Àudio Visuais, s. d.   s.p.                             Ex. bib. Antonio Miranda

 

        PRISIONEIROS

Para encantar
os olhos solitários
de vossos carcereiros,
estais, pequeninas flores,
pássaros cantores
e peixes feiticeiros,
em redomas, gaiolas e aquários
feito prisioneiros.


MENINO-DEUS

Gaiola de ferro.
Passarinho de Deus.
O canto do homem
é dos mais bonitos.

Canário-de-solta
do menino-Deus.
Invento exótico
que se fabrica.

Olhares de Deus.
Menino cruel.
Lugares sinistros
a terra e o céu.


LAÇOS

Laços:
atais
inquietos barcos;
Mãos:
perseguis abelhas;
Estojos:
guardais despojos
de borboletas;
Grades:
exteriorizais
o horizonte;
Tórax:
de ti
o coração
é prisioneiro.


EU E OS BICHOS

Acho que sou Abelha
ela no mel,
eu no pincel.

Acho que Borboleta
ela nas flores,
eu nos horrores.

Acho que sou Cachorro:
ele no osso,
eu no almoço.

Acho que Elefante:
desengonçado,
mas triunfante.

Só não sou o Bichano:
ele tranquilo
e eu no asilo.

Não sou Escorpião:
bicho valente,
e eu doente.


UMA NUVEM

Uma nuvem negra aproxima-se.
Agora já posso abrir a janela,
pois sei que a tempestade virá.

 

*

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Página publicada em fevereiro de 2022


 

 

 
 
 
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